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Raparigas instadas a privilegiar formação

A RAPARIGA deve privilegiar a sua formação académica em diferentes domínios como forma de se preparar para o futuro e prevenir que seja vítima da violência doméstica no seio da família ou na relação conjugal.
Judite Massengele, governadora do Niassa, fez o apelo recentemente em Lichinga, no contexto da realização do primeiro Fórum provincial da rapariga.

Na ocasião, a governante disse que uma rapariga instruída dificilmente aceita contrair matrimónio para satisfazer vontades dos seus pais e/ou encarregados de educação “e para que vocês não possam ser vítimas de uniões forçadas apelo para que se unam e desenvolvam um combate cerrado ao fenómeno que compromete o desenvolvimento social”.

No contexto da formação académica, Judite Massengele instou as raparigas no sentido de privilegiar áreas que sintam ter vocação, aliada à vontade, justificando que estes elementos facilitam no processo de aprendizagem e aumentam a oportunidade de conquistar um lugar no mercado de emprego que, nos últimos tempos, é cada vez mais concorrido e exigente.

“Quando alguém tem o domínio sobre uma determinada área na qual foi formado, sobretudo no nível superior, facilmente pode desenhar o seu projecto e submetêlo junto às autoridades governamentais, pedindo para o seu financiamento, no contexto da promoção de iniciativas juvenis. O auto-emprego constitui uma alternativa viável ao momento em que a economia global enfrenta, caracterizada pela escassez de oportunidades de emprego formal”, frisou a governante.

O governo do Niassa está empenhado em garantir a retenção da rapariga no ensino em níveis cada vez maiores e um dos instrumentos usados para lograr os seus intentos é aumento dos seus conhecimentos relativamente à saúde sexual e reprodutiva.

Nesse contexto, segundo Francisco Salaite, técnico da direcção provincial da Juventude e Desportos no Niassa, foram promovidas acções de formação que beneficiaram 396 activistas, dos quais 216 do sexo feminino.
No entanto, as participantes do primeiro Fórum provincial da rapariga manifestaram desejo de contribuir para o desenvolvimento social e económico da província, praticando actividades geradoras de rendimento e de impacto para a redução da incidência da pobreza que grassa, sobretudo, o meio rural, caracterizado por doenças possíveis de ser prevenidas, entre outras causas.

Helena Victor, uma das participantes no fórum, disse que a rapariga precisa de apoio das instituições governamentais e seus parceiros, sobretudo para suportar os custos relacionados com a sua formação académica e para empreender nas áreas que se julgam capazes de exercer.

Fruto do baixo nível académico, segundo ela, há ainda famílias que pensam que as actividades, cuja execução exige menor esforço físico e mental, devem ser confiadas às raparigas. “As raparigas que, futuramente, serão mulheres podem realizar o trabalho dos engenheiros civis, mecânicos, electricistas, operadores de máquinas pesadas, entre outras, desde que tenham beneficiado de oportunidades de participar na formação naquelas áreas, as quais são oferecidas aos rapazes no seio familiar”, disse.

As raparigas manifestaram a vontade de aderir massivamente ao planeamento familiar com o propósito fundamental de prevenir as gravidezes precoces e outras doenças sexualmente transmissíveis, que podem comprometer o seu desenvolvimento.

A expansão dos estabelecimentos escolares de ensino secundário geral existentes na província e dos cantos de aconselhamento, foi avançada como proposta de solução para garantir o atendimento eficiente aos utentes do serviço.
A proposta foi acolhida satisfatoriamente, mas o governo vincou que, inicialmente, vai apostar na reabertura dos cantos de aconselhamento que foram encerrados devido a actual conjuntura, caracterizada pela pandemia da Covid-19.