Associação Médica de Moçambique ameaça esticar mais a corda

Vinte e quatro horas depois do Governo, através do Vice-Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, declarar que não há espaço para acordo devido às “exigências ilegais” apresentadas pelos médicos, a Associação Médica de Moçambique (AMM) reagiu e com força.

“Se os descontos salariais e outras medidas de intimidação como a denegação de nomeações definitivas e a expulsão de médicos com nomeação provisória se efectivarem, os serviços mínimos serão interrompidos, nenhum médico voltará ao trabalho e o Governo terá que contratar mais de 1500 médicos para as nossas Unidades Sanitárias”, reagiu a AMM, em comunicado distribuído na tarde desta quarta-feira.

No comunicado, a AMM assinala que com a banalização da remuneração pelo trabalho prestado nos serviços de urgência, irá orientar aos colegas para não prestarem serviços de urgência depois do horário normal de expediente (15:30) nos fins-de-semana e feriados, ficando a responsabilidade deste serviço para o Governo.

Nesta terça-feira, depois da reunião do Conselho de Ministros, o Governo disse que algumas das principais exigências dos médicos não encontram enquadramento na lei, reiterando que a greve não tem razão de ser e coloca em causa a população.

“No geral, o que se coloca é que o médico reclama que devia ser pago quatro vezes mais nas suas horas extras em relação a qualquer outro funcionário (…). Bom, convenhamos, isto é relativamente estranho e diferenciador (…). Já agora é ilegal”, declarou à comunicação social Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo.

Os médicos estão em greve desde 10 de Julho.