Passam hoje 54 dias desde que o Renamo Moçambique, Ossufo Momade, não intervém no espaço público. A última vez que falou para o público através da comunicação social foi no dia 25 de Novembro de 2023.
Na ocasião, o Presidente da RENAMO reagia à validação e proclamação dos resultados eleitorais de 11 de outubro pelo Conselho Constitucional, onde anunciou a realização de marchas e disse que o partido iria organizar uma reunião do Conselho Nacional.
“Estávamos a espera da última instância (CC) para que possamos ter uma mensagem própria para que realizemos o Conselho Nacional. Ninguém tem medo de realizar o Conselho Nacional”, declarou Momade à imprensa, falando a partir do seu Gabinete, em Maputo.
De lá para cá, pode-se destacar os seguintes acontecimentos, aos quais o líder da RENAMO não chegou a intervir pessoalmente em público:
1. A repetição de eleições em algumas mesas de Milange, Gurue e Nacala Porto e em todas as mesas de Marromeu;
2. Validação e proclamação dos resultados das repetições pelo Conselho Constitucional;
3. Prisão domiciliar e suspensão de funções de Raúl Novinte, edil de Nacala Porto e Paulo Vahanle, edil de Nampula, para além de outros quadros da RENAMO;
4. Manifestação da RENAMO na Assembleia da República durante a apresentação do Informe do Presidente Filipe Nyusi sobre a situação geral da Nação;
5. Ausência na apresentação do informe da RENAMO sobre o Estado da Nação (o informe foi apresentado pela Secretaria Geral da RENAMO);
6. Apresentação do calendário eleitoral para a eleições de 2024 pela CNE & STAE Moçambique;
7. Marcação de uma sessão extraordinária da Assembleia da República para revisão da lei eleitoral e que vai resultar na alteração do calendário eleitoral;
8. Fim do mandato de cinco anos como Presidente da RENAMO;
9. Debate público sobre a sucessão na RENAMO;
10. Anúncio feito pelo porta-voz do partido RENAMO, José Manteigas da candidatura exclusiva de Ossufo Momade à Presidência da RENAMO;
11. Quadros séniores da RENAMO anunciaram candidatura à Presidência da RENAMO, sendo que Venâncio Mondlane e Juliano Picardo, assessores político e Elias Dhlakama, deputado da AR;
12. Anúncio da data de tomada de posse dos edis eleitos em 2023;
13. Nomeação de um quadro sênior da RENAMO para o cargo de embaixador;
14. Mexidas nas estruturas locais do partido em alguns distritos e províncias, a poucos dias/horas do fim do seu mandato.
Em todos estes momentos, Ossufo Momade se manteve em silêncio. As comunicações oficiais do partido foram lideradas pela Secretaria Geral, Clementina Bomba e o porta-voz do partido, José Manteigas.
Nos últimos dias circularam rumores de que Ossufo Momade estaria a padecer de alguma enfermidade, mas o porta-voz da RENAMO desmentiu.
Ao longo deste período de sua ausência do espaço público, esperava-se a marcação da data do Congresso para a eleição do Presidente da RENAMO, bem como conhecer-se detalhadamente os passos a seguir para a eleição do candidato da RENAMO às eleições presidenciais de 2024.
Neste sentido, a questão inicial se torna ainda mais preocupante: Por onde anda Ossufo Momade? Qual é a razão desta ausência e silêncio prolongado exactamente num ano eleitoral e politicamente vibrante?