PRODUTORES de arroz no Regadio do Baixo Limpopo receiam pelo decréscimo da produção em 15 porcento, devido as chuvas que caíram em finais de Abril último. A precipitação, que se situou na ordem de 169 milímetros deixou os campos alagados e o arroz acamado, situação que poderá provocar enormes prejuízos. O director de operações no Regadio do Baixo Limpopo (RBL), Rógerio Manhaussele, disse que, a julgar pelas condições em que os campos se apresentam, definem-se novas projecções para esta temporada 2021/22 que poderá reduzir em pelo menos 15 por cento em relação ao estimado inicialmente.
“Ainda é prematuro estimar as perdas. Felizmente, não registamos áreas completamente perdidas. O que estamos a prever é que os rendimentos baixem de 7.5 para cerca de cinco toneladas por hectare devido a demora da ceifa, porque o arroz está a estragar-se”, explicou.
Tratando-se de uma zona de fomento deste cereal, em que os produtores têm financiamento para algumas operações, a nossa fonte fez saber que os beneficiários poderão pagar parcialmente o crédito, de modo que tenham algumnsaldo para poderem sobreviver.
“Uma colheita abaixo de quatro toneladas por hectareseria prejudicial para o produtor, pois não obtém lucros. É
como se estivessem a trabalhar só para pagar as despesas com insumos e o crédito que lhe foi concedido”, explica. Entretanto, os agricultores filiados em associações e os do sector familiar prevêm o mesmo cenário para esta campanha agrícola, o que os obriga a parar com a ceifa. Outro constrangimento está relacionado com o facto de algumas comunidades produtoras não estarem ainda preparadas para o uso das novas tecnologias e sementes melhoradas, facto que, também está a condicionar o seu rendimento.
Isabel Nhabanga, responsável de uma associação agrícola de Chimbonhane no RBL, disse que a sua agremiação, com 150 membros, perdeu cerca da metade da produção devido as mesmas chuvas que caíram em Abril. Por conta desta situação, Isabel Nhabanga apela à ponderação das entidades responsáveis pelos campos, crédito e tecnologias. “Estamos preocupados com as perdas. Não sabemos, sequer, como vamos pagar o crédito. É por isso que queremos apelar para que se criem formas sustentáveis que nos permitam reembolsar sem sufocar as nossas economias “, referiu.
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