OPERADORES desonestos estão a ludibriar as autoridades de pesca no escoamento de elevadas quantidades do pescado obtido ilegalmente ao longo da costa da Beira para alimentar alguns mercados da zona Centro do país.
Com efeito, cerca de quatro toneladas de peixe e camarão seco provenientes da cidade da Beira foram apreendidas pela fiscalização pesqueira ainda esta semana ao longo da EN1, concretamente na área da jurisdição do distrito de Mopeia, na Zambézia.
Todos os cinco indiciados neste caso foram detidos pelas autoridades policiais daquela província, devendo pagar multas ao Estado estimadas em 90 mil meticais.
Estimativas indicam que tal produto poderia render aos respectivos prevaricadores um montante de 1,5 mil meticais, cujo destino era a província de Nampula.
Sobre o assunto, o chefe da fiscalização pesqueira em Sofala, César Maphossa, afirma que pequenas quantidades ainda escapam ao longo da zona costeira da Beira para o cruzamento do Inchope.
Posteriormente, sustentou, o produto em alusão é transportado para as províncias de Nampula, Zambézia e Tete, sendo que o sector de tutela já está organizado para contrariar esta atitude de fuga.
Fundamentou que a costa marítima da Beira é composta por 320 quilómetros, sendo acessível a embarcações, podendo-se desembarcar a partir de qualquer ponto marítimo, complicando assim a fiscalização.
Porém, os fiscais estão disponíveis a avançar com este desafio no sentido de contrariar esta tendência, principalmente nas chamadas costas virgens, que são de difícil acesso, com muita concentração de pescadores e rios que abastecem a matéria orgânica, razão pela qual têm a maior produção do peixe.
Conforme apurámos, o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas não está a proibir actividades de pesca, apenas não admite o uso de redes de arrasto, porque está a acontecer a desova e crescimento.
O uso da rede de arrasto impede o ciclo normal de crescimento do camarão e outras espécies acessíveis a estas artes nocivas à pesca.
Como medida para travar este tipo de exploração desordenada dos recursos marinhos, incentiva-se o uso das artes de pesca selectiva, nomeadamente redes de fundo de superfície designadas gamboa, palangre, pesca linha, entre outros.
Assim, apela-se a todos para se juntarem aos esforços das equipas de fiscalização pesqueira, denunciando qualquer esquema que periga a actividade, nas componentes de pesca, distribuição e comercialização.
A advertência é extensiva aos transportadores de passageiros e camionistas, para que não se envolvam nesta prática, porque quando forem flagrados as perdas serão maiores, com aplicação de multas pesadas de contravenção, interferindo na esfera económica de cada pessoa.
“Temos meios que estão aqui e os prevaricadores estão a pagar multas elevadas para que não voltem a praticar o mesmo tipo de crime. Não é nosso interesse fazer este tipo de apreensão, mas é uma forma de garantir o desenvolvimento dos recursos marinhos”, sensibilizou Maphossa.
Mesmo para os pescadores, quando forem surpreendidos em flagrante delito a praticar pesca ilegal, também serão imediatamente detidos, depois da veda.
“A partir do dia 1 de Abril, todos sairemos a ganhar, com peixe em quantidade e qualidade”.
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