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Leilão rende 400 mil meticais

A CIDADE da Beira realizou, segunda-feira, mais um  leilão  de  aproximadamente  cinco  toneladas  de camarão fino e fauna acompanhante, correspondentes a 67 sacos de 70 quilogramas cada. Na globalidade,   as   autoridades   encaixaram   neste   leilão cerca de 400 mil meticais.

O  produto  apreendido  foi  vendido  em  hasta  pública  e  os  compradores  foram  das  províncias  de  Zambézia,  Nampula  e  Niassa,  incluindo  alguns países vizinhos, como Zimbabwe e Malawi.

O  operador  Correia  Kombo,  que  venceu  alguns  lotes  do  leilão,  disse  ao  nosso  Jornal  que  o  peixe   seco   que   comprou   deverá   desembolsar   cerca de 250 mil meticais, tendo como mercado a  província  de  Nampula.  Espera  compensar  os  gastos, principalmente, em meios de transporte.

Comerciante  nesta  área  há  cerca  de  15  anos  e baseado na zona costeira da Praia Nova e Farol do Macúti, nos arredores da cidade da Beira, esta fonte avaliou que a pesca e comercialização deste produto se apresenta rentável, embora os elevados custos de operação.

Por  isso,  apelou  aos  restantes  pescadores  a  obedecerem   rigorosamente   às   orientações   do   Estado  sobre  o  período  de  veda  com  vista  a  facilitar a abundância do produto para consumo e comercialização.

O  operador  Stelvio  Chibamba  indicou  que  o  seu produto vai abastecer os distritos de Milange, Gurué  e  Mulevala,  na  Zambézia,  como  também  Malawi e Zimbabwe.

Como resultado da sua experiência de 11 anos nesta  actividade,  o  pescado  capturado  na  Beira  constitui  uma  fonte  de  rendimento  de  muitas  famílias, numa actividade que beneficia cerca de 1200 pescadores artesanais.

De  forma  sustentável,  o  nosso  interlocutor  precisou que, através da pesca, já se tornou num micro-agente  económico,  cujo  impacto  se  reflecte na oferta de postos de trabalho e melhoria da sua renda familiar e não só. Comparativamente  aos  prevaricadores,  sustentou  a  necessidade  de  se  recorrer  aos  meios  viáveis  e  não  ilícitos,  sob  pena  de  arcar  com  as  elevadas despesas a favor do Estado, como multas.

Os  agentes  económicos  que  ocorreram  em  massa ao leilão promovido na segunda-feira em Sofala consideram que tal decorreu com a maior transparência,  através  de  cartas  fechadas,  onde  os proponentes colocaram o preço desejável.

Isto  se  deveu,  acima  de  tudo,  ao  preço  que  apontaram   como   competitivo,   cujo   valor   vai   reverter  para  o  sustento  das  próprias  famílias,  tendo  sido  seguidos  todos  os  pressupostos  que  orientam  a  venda  do  pescado  em  hasta  pública,  que  iniciou  com  um  comunicado  colocado  nos  diferentes mercados da venda de peixe, na Beira.

Segundo  César  Maphossa,  essencialmente,  as pessoas que compraram o produto não são as mesmas  que  pescaram,  podendo  assim  contribuir na mudança de atitudes dos prevaricadores que  foram  aplicados  multas  no  valor  de  80  mil  meticais cada.

Também foram confiscados os meios que facilitaram  a  movimentação  do  produto,  nomeadamente  três  viaturas  de  transporte  semicolectivo  de  passageiros  e  motociclos  denominados  “txopelas”.

Depois  disso,  o  Governo  vai  legalizar  o  pescado  em  causa  com  a  declaração  de  verificação  sendo que com a conclusão dos pagamentos nas contas  do  Estado  os  vencedores  deste  leilão  deverão  receber  guias  para  levar  o  pescado  para  o  seu destino.

Maphossa revelou ainda que as cinco toneladas  apreendidas  serão  transportadas  para  Nampula, porque os pescadores envolvidos neste ilícito são maioritariamente provenientes da costa daquela  província,  onde  igualmente  há  maior  comércio daquele tipo de pescado seco e sem sal.

Trata-se  da  terceira  venda  do  pescado  em  hasta pública neste período de venda cujo impacto resulta em ganhos na arrecadação de receitas nos cofres do Estado.

“É  de  lei  vender  em  hasta  pública  ou  oferecer  às  instituições  de  caridade  todo  o  pescado  apreendido, mas desta vez optamos por vender. Isto  vai  incrementar  algum  valor  para  as  actividades de fiscalização, como reparação de viaturas e compra de combustível”, sublinhou Maphossa.

O  produto  foi  neutralizado  pela  madrugada  adentro,  cerca  das  2.00 horas,  aumentando  a  suspeita  que,  realmente,  os  fiscais  tenham  sido  ludibriados por pescadores ilegais.

Recorde-se  que,  o  sector  de  fiscalização  no  Departamento  de  Pescas  em  Sofala  apreendeu,  nos últimos três meses, mais de 20 toneladas de camarão fino e fauna acompanhante, sendo ambos secos, tendo sido vendidas em hasta pública, em dois leilões, o que resultou no encaixe aos cofres do Estado em mais de 800 mil meticais.