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CAHORA BASSA Gestão da albufeira sofre pressão dos camponeses

A GESTÃO da albufeira de Cahora Bassa, que abarca os distritos de Mágoè, Cahora Bassa, Marávia e Zumbu, na província de Tete, está a sofrer, frequentemente, pressão por parte da população camponesa que pratica as suas actividades agrícolas nas ilhas e no leito do rio Zambeze e zonas de protecção ribeirinha.

Devido ao facto, de acordo com uma fonte do Conselho de Administração da empresa Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), qualquer oscilação do caudal efluente da albufeira, ditada por razões operacionais, algumas zonas ribeirinhas do rio Zambeze, concretamente nos distritos de Marara, Tete, Moatize, Dôa e Mutarara ficam inundadas.
Esta situação, de acordo com a fonte, contribui negativamente para o sucesso dos camponeses originando, consequentemente, reclamações constantemente apresentadas aos governos locais.

Para que casos semelhantes não se repitam, nos próximos tempos, os gestores da albufeira apelaram aos governos locais para intensificarem as acções de sensibilização das comunidades que praticam actividades agrícolas no leito e nas margens do rio para se retirarem das zonas de risco de inundações.

“Temos que trabalhar em extrema coordenação para todo o suporte da melhoria de comunicação com as populações que ocupam ou praticam as actividades agrícolas no leito e margens do rio para que estas se retirem nas zonas de risco”, apelou a fonte da HCB.

Acrescentou que a gestão da bacia hidrográfica do rio Zambeze, do Zumbu ao delta, incluindo o rio principal, os tributários, quer à montante quer à jusante da barragem, é feita pela Administração Regional de Águas do Centro (ARA- Centro, IP) em colaboração com a HCB. Referiu que a comunicação entre as duas instituições é constante e a todos os níveis, com uma infalível troca diária de dados.

Dentro da sua operação, a HCB procura sempre ajustar as descargas da barragem para minimizar os impactos à jusante e as inundações que podem ser criadas pelos outros tributários como os rios Luía, Revúbuè, Luenha e Chire, entre outros.

Recorde-se que, a HCB esteve desde o dia 1 de Outubro último, a efectuar descargas de 3400 metros cúbicos por segundo para garantir a criação da capacidade de encaixe das águas da presente época chuvosa, com vista a manter a cota abaixo da curva guia de segurança da barragem até ao dia 31 de Dezembro último.

“Cria-se a capacidade de encaixe da barragem no primeiro trimestre do ano hidrológico, Outubro a Dezembro, sempre que a cota estiver acima do mínimo da curva guia 320.80 metros do paredão, evitando que a cota ultrapasse o nível de armazenamento durante o pico das chuvas”, explicou a fonte do Conselho de Administração da HCB.

Explicou ainda que a exploração da albufeira deve ser sempre abaixo da Curva Guia e do Nível de Pleno Armazenamento (NPA- 326 metros) e, em casos excepcionais, pode se permitir ultrapassar o Nível de Pleno Armazenamento mas nunca o Nível de Máxima Cheia, (NMC-329 metros).
A HCB é membro efectivo do Comité de Bacia do Zambeze, órgão consultivo da Bacia do Zambeze e tem participado em todas as reuniões de preparação da época chuvosa que, entre outras, visam a melhoria de gestão da albufeira e a minimização dos impactos da sua operação à jusante.