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Masssificar aquacultura para reduzir importações

PROVÍNCIA de Manica deve ser pioneira na massificação da piscicultura e aquacultura de modo a contribuir para a redução da pressão sobre as espécies selvagens de pescado e minimizar a importação de peixe para alimentar o mercado nacional.

Esta intenção foi manifestada há dias, em Manica, por José Luís dos Santos, proprietário da empresa Chicamba Alevinos. Dos Santos afirma que neste momento Moçambique está a pressionar bastante os recursos pesqueiros marinhos, lacustres e fluviais e com o ímpeto que se pretende dar à aquacultura e piscicultura em Manica o país poderá passar a ter peixe suficiente para alimentar a população.

Com efeito, além da fábrica de ração que acaba de ser instalada no distrito de Manica a empresa está a fomentar a produção de alevinos, numa iniciativa com que se pretende tornar a província auto-suficiente em proteína do peixe, concorrendo também para a redução das importações de carapau e de outras espécies selvagens oriundas de Angola e Botswana.

Por isso, afirmou ser sua ambição tornar-se no maior produtor de ração, alevinos e peixe tilápia na província e no país, como forma de contribuir para a segurança alimentar e nutricional da população e, de igual modo, tirar Moçambique da dependência das importações.

Segundo dos Santos, a instalação da fábrica em 2018, com capacidade para produzir 22 toneladas de ração por mês, visa essencialmente alcançar este objectivo, estando já neste momento a abastecer o mercado local e aos produtores piscícolas dos distritos de Vandúzi, Sussundenga, Mossurize e Gondola, considerados potenciais produtores ao nível da província de Manica.

Actualmente, segundo explicou, Chicamba Alevinos dispõe de 200 mil alevinos, que além de abastecer o mercado interno estão sendo exportados para países vizinhos, como África do Sul, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia.

Paralelamente, a Chicamba Alevinos já está a dotar de conhecimentos sólidos sobre piscicultura aos produtores locais, através do treinamento na sua própria empresa como forma de massificar a piscicultura.

Assegurou que neste momento, apesar das contrariedades impostas pelo ciclone Idai e escassez de chuvas, a província de Manica deixou de depender exclusivamente de Inhambane, a única fornecedora até então de alevinos no país, que são distribuídos para o fomento piscícola, no âmbito da aquacultura.

Acrescentou estar a incentivar mais pessoas a se tornarem empresárias do ramo pesqueiro, realçando que onde há abundância o preço reduz. Para ele, quanto mais pessoas abraçarem a piscicultura e a aquacultura estar-se-á a assegurar a disponibilidade do peixe e reduzir o preço ao consumidor.

Por isso, afirmou ser objectivo da sua empresa massificar a aquacultura, aconselhando o sector familiar a abraçar esta iniciativa, aproveitando a disponibilidade de ração da empresa que, segundo o proprietário, tem tido poucos compradores, sendo os excedentes usados para atender às necessidades dos seus alevinos e alimentação dos peixes em cativeiro.