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Dívida aumenta vulnerabilidade de países de baixa e média renda

Dívida aumenta vulnerabilidade de países de baixa e média renda

O SUPERENDIVIDAMENTO de muitos países em desenvolvimento de baixa e média renda reduz a sua capacidade de financiarem serviços essenciais e as suas economias, bem como os torna cada vez mais vulneráveis ao extremismo, terrorismo e outros conflitos violentos. Este entendimento foi defendido ontem, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, pelo Chefe do Estado, Filipe Nyusi, durante o debate de alto nível sobre o “Combate ao Terrorismo e Prevenção de Extremismo Violento”, evento inserido no âmbito da presidência de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na ocasião, o Presidente Nyusi referiu-se a um estudo recente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que estima que 52 nações do grupo de países de baixa e média renda, que representam quase 40 por cento dos pobres do mundo, estão nesta situação. “Para que estes países possam sair do catual situação, exortamos a comunidade internacional para reestruturar a dívida e facilitar a adesão ao financiamento acessível a estes Estados em alto risco. Para tal, é preciso transformar ou reformar as instituições financeiras multilaterais”, disse. Na sessão, que contou com a presença do Secretário-geral da ONU, António Guterres, dos presidentes das Comores e da União Africana, Azali Assoumani, do Gana, Nana AkufoAddo, da representante norte-americana no Conselho de Segurança, a embaixadora Linda Thomas Greenfield, entre outras personalidades, Filipe Nyusi partilhou a visão de Moçambique, tomando por base as lições aprendidas nos contextos nacionais, continental e internacional sobre o terrorismo e do extremismo violento.

 “Gostaria que a 8.ª Revisão da Estratégia Global Contra o Terrorismo, prevista para Julho deste ano, tomasse em consideração a necessidade de criação de um mecanismo comum para a resiliência comunitária que previna o extremismo violento conducente ao terrorismo, que poderá se traduzir no estabelecimento de um fundo para o fortalecimento de iniciativas de desenvolvimento sustentável local, capaz de promover projetos orientados para a geração de empregos para jovens, sobretudo em África e Médio Oriente”, frisou. Outras propostas apresentadas por Moçambique incluem o reforço da cooperação entre o Conselho de Segurança, Conselho de Paz e Segurança da União Africana e os blocos regionais para impedir a expansão e a consolidação do terrorismo no continente africano.

 “Defendemos também a priorização e apoio de soluções regionais decorrentes de pactos de segurança, bem como de mecanismos bilaterais devidamente escrutinados; o reforço da capacidade para a proteção de infraestruturas críticas e de áreas de intersecção de interesses, como as fronteiras intraestatais através da partilha de informações e tecnologia e, a concertação de prioridades entre as diversas regiões geopolíticas (Ocidente alargado, África e Médio Oriente), tendo em conta o espectro do terrorismo”, enfatizou o Chefe do Estado, tendo realçado que se incluam respostas eficazes aos impactos de vários choques decorrentes das mudanças climáticas e de crises provocadas pelo Homem.