Fundo Monetário Internacional (FMI) e um grupo de 12 países africanos alertaram ontem que a dívida pública na África Subsaariana se agravou para níveis acima de 60 por cento e que dois terços da região está com endividamento excessivo.
“O impacto das múltiplas crises, o abrandamento do crescimento económico a depreciação das taxas de câmbio estão a alargar os défices orçamentais em muitos países na região e a evidenciar as vulnerabilidades preexistentes”, lese na declaração da diretora-executiva do FMI, Cristalina Georgi Eva, e o presidente do grupo africano, o ministro das Finança de Cabo Verde, Olavo Correia.
A declaração deste grupo de 12 países africanos, o “Africam Cauchus”, surge no final dos Encontros da Primavera do FMI e do Banco Mundial, que decorreram semana passada em Washington, no âmbito dos quais o FMI reviu a previsão de crescimento da África Subsaariana para 3,6por cento este ano.
O grupo reiterou a necessidade de lidar com as vulnerabilidades da dívida e continuar a fortalecer a arquitetura mundial de resolução da dívida, incluindo através de melhorias no Enquadramento Comum para o tratamento dela, o instrumento criado no seguimento da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), no início da pandemia da Covid19, em 2020, para dar espaço orçamental aos países para combaterem os efeitos económicos e sanitários da pandemia.
A mesa redonda sobre dívida Soberana Global foi o passo seguinte, trazendo também a China, um dos principais credores dos países africanos, para as discussões sobre como reestruturar a dívida sem margem para investir no desenvolvimento económico e na mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
As estimativas do FMI para 2023 para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) anunciadas na sexta-feira referentes ao rácio de dívida pública versus o Produto Interno Bruto (PIB) indicam que Cabo Verde é o país mais endividado (120,2 por cento), seguindo-se Moçambique (102,8 por cento), Guiné-Bissau (76,5 por cento), Angola (63,3 por cento), São Tomé e Príncipe (54,8 por cento) e Guiné Equatorial (26,4 por cento).
Fonte: Jornal Noticias
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