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ONU pede acção urgente contra insegurança alimentar

CONFLITOS, clima extremo e abalos económicos aumentaram em um quinto o número de pessoas sob crise alimentar para quase 200 milhões no ano passado, e as perspectivas são de piora caso não ocorra uma acção urgente “em grande escala”, alertou ontem a ONU.

De acordo com um relatório publicado pelas Nações Unidas, no ano passado, 193 milhões de pessoas em 53 países estavam em situação de insegurança alimentar aguda, precisando de assistência urgente para sobreviver.

O número de pessoas nesta situação tem aumentado todos os anos desde 2016, quando este relatório passou a ser publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial Alimentar (PMA) e a União Europeia (UE). Como sublinha a ONU no documento, o relatório de 2021 não leva em conta a guerra na Ucrânia, que teve início em 24 de Fevereiro deste ano e promete agravar as fragilidades de países altamente dependentes das exportações russas e ucranianas de cereais e fertilizantes, como a Somália. As projecções para 2022, que nesta fase incluem apenas 42 dos 53 países em causa, estimam que entre 179 e 181,1 milhões de pessoas poderão sofrer deste problema.

“A guerra já mostrou a natureza interligada e a fragilidade dos sistemas alimentares”, sublinha a FAO, avisando que “as perspectivas para o futuro não são boas”.

“Se não se fizer alguma coisa para apoiar as áreas rurais, a magnitude dos danos ligados à fome e à deterioração dos padrões de vida serão dramáticos. É necessário uma acção humanitária urgente em grande escala para evitar que isso aconteça”, refere a organização.

Definida como qualquer falta de alimentos que ameace vidas, meios de subsistência ou ambos, a insegurança alimentar aguda cresceu em 40 milhões de pessoas ou 20% no ano passado.