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Caso de pólio leva à declaração de emergência de saúde pública

AS autoridades sanitárias declararam ontem emergência de saúde pública na sequência da confirmação laboratorial de um caso de poliomielite numa criança resultante do poliovírus selvagem (PSV1), no distrito de Changara, em Tete.

A identificação do caso aconteceu no contexto da vigilância activa da Paralisia Flácida Aguda (PFA), intensificada durante a primeira ronda da campanha de vacinação, que decorreu em Abril. O sequenciamento genético do vírus mostra relação com o caso de PVS1 isolado no vizinho Malawi, em Fevereiro. Ao declarar emergência de saúde pública, o sector entende que a situação exige adopção urgente de medidas de prevenção, controlo e contenção de riscos.

A decisão visa responder melhor à situação e está a ser acompanhada pela activação dos Comités de Operações de Emergência de Saúde Pública, actualização e avaliação do risco e do respectivo plano de acção, bem como a coordenação com os países vizinhos. A identificação do caso em Changara acontece após a conclusão, com sucesso, da primeira e segunda rondas de vacinação, estando em preparação a terceira, que abrangerá todas as províncias do país.

Um comunicado do Ministério da Saúde (MISAU) refere que a erradicação da pólio exige esforços coordenados ao nível global, comunicação e coordenação eficaz entre os países da região. Na resposta em curso, o país conta com o apoio e colaboração dos parceiros, através da Iniciativa Global da Erradicação da Pólio.

O MISAU indica que a campanha de vacinação contra pólio, sincronizada com os países vizinhos, é a medida de saúde pública mais eficaz para responder à situação. “Recomendamos aos pais, mães e cuidadores de crianças menores de cinco anos a levarem as suas crianças à vacinação nas próximas duas rondas que irão decorrer brevemente.

Queremos incentivar o público a aderir à vacinação de rotina, assim como a observar boas práticas de higiene pessoal e colectiva”, apela. A poliomielite é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia permanente ou morte, afectando principalmente crianças menores de 15 anos. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente pela via fecal-oral, através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

Fazem parte do grupo de alto risco aqueles que não foram vacinados ou que receberam menos de três doses de vacina contra a poliomielite Refira-se que o último caso de poliomielite por PSV1 no país havia sido registado em 1993. Em Julho de 2016, Moçambique recebeu o certificado de país livre de pólio, enquanto a região africana da OMS recebeu em Agosto de 2020.