A transformação digital em Moçambique não é apenas uma questão de desenvolvimento que concilia os moldes evolucionistas da sociedade industrial e os da sociedade de informação, alicerçados na digitalização, como também um acto da conjuntura global eminentemente tecnológica, de conhecimento e de concorrência. A posição foi defendida, em Maputo, pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, no contexto do “workshop” sobre o Sistema de Certificação Digital de Moçambique que teve lugar ontem, sob o lema “Por uma Identidade Digital Segura e Inclusiva”. Nivagara salientou que o mundo avança para a sua digitalização massiva tendo como base o meio de convergência tecnológica, a Internet, quebrando deste modo as fronteiras geográficas, individuais e coletivas. Assim, o espaço físico já não constitui preocupação para as organizações e seus agentes, a distância mais longa transformou-se na mais curta e de contacto em tempo real, flexibilizando os processos de desenvolvimento a todos os níveis. “O sector de tecnologias, as comunidades académicas e científica, sector produtivo e a humanidade no geral, vivem a AFIRMA MINISTRO NIVAGARA Transformação digital no país é uma questão de conhecimento verdadeira era da sociedade do conhecimento, caracterizada pelo uso crescente das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), onde o privilégio está assente na capacidade de pesquisar, inovar e produzir informação.
Encorajou o INTIC a buscar mais soluções técnicas e humanas consistentes, para garantir a implementação e continuidade dos processos de desenvolvimento das TIC sustentáveis e para todos em Moçambique. Instou, igualmente, a esta instituição a elaborar, com urgência, as propostas dos instrumentos regulamentares para o licenciamento, fiscalização e outros de impacto direto às comunidades, que se mostram necessários para fazer face às necessidades do país, no sector das TIC. Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração do INTIC, Lourinho Cheminé, lançou um desafio às instituições do Ensino Superior sobre a necessidade urgente de contribuírem na formação de quadros na área de certificação digital. No mesmo diapasão, convidou os membros das comunidades académica e científica a se juntarem ao INTIC na implementação de iniciativas sob sua jurisdição emanadas pelo Governo da República de Moçambique, para garantir o sucesso das mesmas.
Às instituições de Ensino Superior, o INTIC recomenda a elaboração de novos cursos ou a revisão dos curricula dos cursos actuais, de modo a incluírem a dimensão das TIC para responder aos desafios das plataformas e serviços digitais e, na nova era, assentes em tecnologias emergentes como inteligência artificial, Internet das Coisas, Computação em Nuvem, de Alto Desempenho, Quântica, entre outros. Falando sobre a pertinência da certificação digital, Lourinho Cheminé destacou que a sua implantação vai viabilizar a autenticação de entidades e concorrer para a redução significativa da falsificação de documentos oficiais, com enfoque nos Certificados Académicos, face New de comunicados oficiais, entre outros. Em reconhecimento dos desafios do sector das TIC, no geral, e no INTIC, em particular, falou da necessidade de aglutinação de esforços para a harmonização dos processos, capacitação institucional, sensibilização das comunidades e demais ações para garantir a digitalização inclusiva, segura e resiliente no país. Para tornar este propósito uma realidade, Moçambique conta com a parceria e colaboração do Brasil, de Portugal e Cabo Verde.
A participação destes países nos debates é vista por Cheminé como um contributo importante na construção da confiança dos quadros nacionais, parte deste complexo e muito importante no processo de desenvolvimento de infraestruturas de chave pública e das plataformas digitais de apoio aos serviços associados ao Sistema de Certificação Digital em Moçambique.
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