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OPEP+ aprova aumento da produção em 400 mil barris

OS 23 países da OPEP+ decidiram, na terça-feira, aumentar a oferta de petróleo em 400 mil barris por dia em Fevereiro, seguindo o seu plano de recuperação gradual do nível anterior à pandemia, considerando que não será afectada pela variante Ómicron.

Os representantes dos 13 Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos seus dez aliados acordaram “ajustar o seu nível de produção total em 400 mil barris por dia durante o mês de fevereiro”, segundo uma declaração citada pela agência France Presse (AFP).
Esta decisão foi recebida sem grande reacção nos mercados, uma vez que tinha sido amplamente antecipada pelos investidores.

Em Dezembro, os produtores tinham já adoptado este desafio para Janeiro, não obstante as preocupações com a Ómicron, que tinham originado uma quebra dos preços do barril.
O objectivo passa por devolver ao mercado os níveis de produção antes do corte de 9,7 milhões de barris por dia, adoptado em Abril de 2020 para compensar a queda histórica na procura de energia, provocada pelas restrições à mobilidade para travar a propagação da pandemia da Covid-19.

Na mais recente reunião virtual, realizada em 02 de Dezembro, a OPEP+ confirmou o aumento para este mês, que eleva a produção conjunta de 40,094 milhões de barris por dia para 40,494 milhões de barris por dia.
Deste volume, 24,554 milhões de barris diários correspondem à produção por membros da OPEP (sem Venezuela, Irão e Líbia) e 15,94 milhões de barris-dia ao grupo de aliados.

Venezuela, Irão e Líbia não integram estes limites uma vez que, as suas indústrias enfrentam declínios involuntários, atribuídos à razões como sanções, conflitos ou crises.
Segundo a agência noticiosa espanhola Efe, as exportações de crude iraniano poderão voltar aos mercados internacionais ainda este ano, caso seja alcançado um acordo nas negociações internacio-nais em Viena para reavivar o acordo sobre o seu programa nuclear.

O aumento do fornecimento de petróleo pela OPEP+ ocorre depois de, em Novembro, os Estados Unidos e outros países anunciarem que vão utilizar as suas reservas estratégicas de petróleo, numa iniciativa coordenada, para tentar baixar os preços.

A operação é feita em paralelo com outros Estados que são grandes consumidores de petróleo, em particular China, Índia, Japão, Coreia do Sul ou Reino Unido, segundo a Casa Branca.
Perante a variante Ómicron, a OPEP deixou inalterada a previsão da procura global de petróleo em 2022 no seu mais recente relatório, estimando um impacto “ligeiro e de curta duração”.

Os especialistas da organização estimam que o consumo aumente em 4,15 milhões de barris por dia para 100,79 mi-lhões de barris por dia este ano, um crescimento de 4,3% face a 2021.
O preço de um barril de crude Brent, a referência na Europa, subiu 52% no ano passado, terminando o ano em 77,78 dólares, enquanto preço do barril de petróleo do Texas WTI subiu 55% para 75,21 dólares.

Na segunda-feira, os ministros responsáveis pelo sector de 13 membros da OPEP nomearam Haitham al-Ghais, natural do Kuwait, como próximo secretário-geral da organização, sucedendo ao nigeriano Mohamed Barkindo, cujo mandato expira no final de Julho.
A próxima reunião da OPEP+ está agendada para 02 de Fevereiro.