– Maria José, bailarina
A bailarina da Companhia Nacional de Canto e Dança Maria José não tem dúvidas: “Dançamos porque isso faz parte de qualquer pessoa, não importa de que forma é feito”. A artista está sempre em movimento, de forma consciente ou não, como se a dança fosse uma extensão do seu ser. “Danço sempre.
Tudo o que penso, sinto, falo, imagino como transmitir dançando. Não importa se é algo triste, alegre… sempre me aparece a dança”. A conexão com a dança é tão íntima que não se vê a viver sem esta arte.
“Olho para o palco como o meu segundo quarto. No quarto tenho alguns segredos ou coisas íntimas. Igual ao palco, alguns pensamentos ou sentimentos secretos meus, sempre que tenho a oportunidade de fazer um solo, lá estou eu a expressar-me, ainda que o público não saiba de concreto do que se trata”.
Mas, quando se trata de falar do estágio actual da dança no país, tem as suas reservas. “A arte no nosso país, infelizmente, não é valorizada, especialmente a dança”. Acrescenta que “a falta de valorização acaba culminando na falta de respeito pelos demais. É incrível que até hoje os que mais contactam bailarinos para alguns trabalhos de grande envergadura são os mesmos que fazem questões como ‘mas vocês não fazem mais nada se não isso?’, ‘o/a teu/tua esposo/a te aceita assim?’” Ainda assim, para ela, a dança segue sendo esta arte universal capaz de curar a alma. “É a única linguagem universal capaz de passar uma mensagem sem que haja um tradutor”, afirma, e alvitra que é necessário que se introduza a disciplina de dança nas escolas, pois ela faz parte da cultura.
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