Please wait..

Absentismo escolar preocupa

Absentismo escolar preocupa
Jornal Noticias

A FALTA de material didático para os alunos e livros de ponto para os professores são apontados como sendo parte dos problemas que estimulam o absentismo escolar nos distritos de Mocuba, Gurué e Alto Molocué, na Zambézia.

Do trabalho inspetivo realizado pelas autoridades da Educação e Desenvolvimento Humano, constatou-se que 33 por cento das mais de três mil escolas não têm livros de ponto e material didático para os alunos.

A informação foi partilhada na terça-feira pelo inspetor provincial da Educação na reunião convocada para analisar o ponto de situação do absentismo escolar, realizada em Quelimane, Zambézia. Suleimane Azarate disse que a situação preocupa o sector, uma vez que abrange alunos e professores, sobretudo do ensino primário.

A fonte fez saber que, das escolas inspecionadas, 44 por cento tinham livros de ponto. Ainda assim, estes estão obsoletos e mais de 70 por cento dos estabelecimentos de ensino visitados não têm livros de turma e as aulas do período da manhã iniciam muito tarde, por volta das nove horas.

Azarate indicou que se constatou ainda que em 67 por cento das escolas inspecionadas as faltas marcadas nos livros de ponto e de turma não se refletem nos mapas de efetividade.

O inspetor provincial afirmou que se tornou recorrente os professores se ausentarem e fazerem algo que chamam de “xitique”. Tal consiste na ausência de um, sem motivos justificados, e as suas turmas serem cobertas por outro docente com quem se faz troca nas semanas subsequentes.

 Explicou que este procedimento faz com que o que fica com as turmas nem sempre consiga dar resposta aos objetivos da aula. Entretanto, a secretária de Estado na província da Zambézia, Cristina Mafumo, recomendou aos gestores das escolas a encontrarem solução urgente para o problema.

Para ela, são admissíveis os casos em que a escola, estando longe, um professor deslocasse à vila a fim de fazer movimentos bancários para si e para os outros, quando são pagos os salários.

Para Mafumo, o absentismo escolar, além de afetar a disponibilidade dos professores, também compromete o cumprimento da carga horária, prejudicando o processo de ensino e aprendizagem. Cristina Mafumo afirmou que os gestores devem fazer valer o estatuto para que o docente tome consciência e mude de comportamento, para que saiba qual é o seu direito, os deveres e obrigações.

Para o governador Pio Matos, o absentismo escolar tem muitas causas, como o fraco cometimento profissional, longas distâncias percorridas pelos professores e alunos dos locais de residência para as escolas, adversidades naturais e sociais como conflitos armados, ciclones e cheias recorrentes, endividamento excessivo dos docentes, fraco controlo da gestão da assiduidade, etc.

 Fonte: Jornal Noticias